Pesca ocorreu na manhã desta queinta-feira (28), em Santa Cruz Cabrália (Foto: Redes Sociais)

Pescadores capturaram um tubarão-tigre na manhã desta quinta-feira (28), no município de Santa Cruz Cabrália. Segundo o diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Francisco Kelmo, a espécie corre risco de ameaça por causa da sobrepesca.


“Não é uma espécie considerada em risco de extinção, mas já está na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Na lista, ele tem a sigla NT, que em português significa quase ameaçada”, explica.

De acordo com o biólogo, o tubarão-tigre pescado é um animal jovem e tem cerca de 2,5 metros.

A espécie chama atenção por causa de sua carne considerada saborosa e vendida por preços altos. O filé, as barbatanas e o fígado do animal são as partes mais consumidas.

Francisco Kelmo explica ainda que a pesca predatória da espécie pode causar riscos à vida marinha.

“O tubarão-tigre está no topo da cadeia alimentar, ele se alimenta de animais menores e ajuda a manter o equilíbrio do ecossistema”, afirma.

Segundo o biolólogo, o ato de pescar o animal não é contra a lei, mas o motivo e a forma como a pesca é realizada devem ser levados em consideração.

A depender do caso, o ato pode ser passível de crime ambiental. É esse o fato que o Secretário do Meio Ambiente de Santa Cruz de Cabrália, Fernando Ricaldi, pretende apurar. A Secretaria informou que segue em busca de informações sobre como o grupo que realizou a pesca, capturou e matou o animal.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais é possível ver o tubarão sendo capturado e depois retirado da água. Pessoas que estavam na praia aproveitaram para tirar fotos do animal. O momento em que o tubarão foi cortado para o consumo também foi registrado.

Em entrevista à TV Santa Cruz, um dos homens envolvidos na pesca contou que o animal foi capturado longe da praia. Ele afirma que o tubarão entrou na rede de pesca e morreu logo em seguida.

De acordo com o biólogo Francisco Kelmo, o tubarão-tigre é o responsável pela maioria dos ataques a banhistas no Brasil. Em segundo lugar, está o tubarão branco.

A espécie vive cerca de 50 anos e pode chegar a até 9 metros de comprimento. No litoral do país, o mais comum é encontrar adultos de 7,5 metros.

“Ele é bastante comum no nosso litoral e costuma viver sozinho, se encontram apenas para acasalar ou quando há alguma situação de comida em excesso”, conta.

Pesca ocorreu na manhã desta queinta-feira (28), em Santa Cruz Cabrália (Foto: Redes Sociais)