A indígena de etinia pataxó, Beatriz Aragão, de 25 anos de idade, que postou nas redes sociais um vídeo onde é violentamente agredida pelo esposo, Allan Cerqueira de 30 anos, na presença da filha, em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro, esteve na manhã desta sexta-feira (25) na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) prestando depoimento e, logo após, foi conduzida para o DPT para realizar exames de corpo delito.
A vítima chegou na Delegacia da Mulher por volta das 10h45 da manhã para ser ouvida pela delegada titular Elisabeth Salvadeu. Ela estava acompanhada da Polícia Militar, o padrasto, a mãe e uma assistente do Centro de Referência ao Atendimento à Mulher (CRAM).
Em depoimento à polícia, Beatriz contou que as cenas de terror foram gravadas a cerca de 4 meses atrás, mas que na época, decidiu guardar o vídeo. E como foi espancada novamente, aproveitou o momento de desespero e publicou as imagens que viralizou nas redes sociais.
Ela conta ainda que já vinha sofrendo violência doméstica desde o início do relacionamento, há cerca de 4 anos, mas tudo piorou depois que engravidou e que espera que ele pague por tudo que já fez. Beatriz tem duas filhas, uma de 6 anos fruto de outro relacionamento e a menina de 3 anos que é filha do casal e que testemunhou as agressões do vídeo.
Allan Cerqueira está foragido, mas investigadores da polícia civil já estão trabalhando no intuito de capturar o criminoso. Ele, que é dono de uma pizzaria em Arraial d’Ajuda, pode responder por maus tratos, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, pois, como mostra o vídeo, a filha pode ter sido atingida por um dos socos.
A delegada Elizabeth Salvadeu informou ao FURO31 que independente da representação da vítima, diante das provas veiculadas nas redes sociais, pediu à Justiça a prisão preventiva do agressor, baseado na Lei Maria da Penha.
Já Beatriz foi acolhida pela Rede de apoio à mulher. A comissão de Direito da Mulher e o CRAM estão acompanhando o caso até que tudo seja resolvido.