Um dos presos é suspeito de participar de chacina no Renovação

A Polícia Civil e a Polícia Militar prenderam nesta sexta-feira (23) quatro suspeitos de ataques a tiros em Eunápolis ligados a guerra de facções. As prisões fazem parte da ofensiva das forças de segurança para conter os confrontos que ocorrem em vários bairros da cidade.


Somente na onda de violência neste mês de setembro, houve nove assassinatos. “Há uma briga entre duas facções rivais, que está resultando em ataque e contra-ataque, e a consequência é o número grande homicídios. E nesses ataques têm morrido pessoas que não têm nada a ver com essa guerra”, afirmou o delegado Moisés Damasceno, coordenador regional da Polícia Civil.

O delegado cita como exemplo o homem de 33 anos, morto na madrugada desta sexta-feira, na Rua Monte Serrat, no Santa Lúcia. Ele tinha distúrbios mentais e não integrava nenhuma facção. Para a polícia, os bandidos mataram o primeiro morador que encontraram no local para revidar a morte de um comparsa, ocorrida na noite anterior, no bairro Rosa Neto.

Um dos detidos na operação, segundo o delegado Damasceno, estaria envolvido em uma chacina no conjunto habitacional Renovação, em agosto deste ano, e em outros homicídios.

O delegado informou o grupo foi encontrado em uma casa na Rua Monte Serrat, no bairro Santa Lúcia. No local foram apreendidas armas, munição, um colete à prova de bala, balança de precisão e pequena quantidade de cocaína.

“As armas apreendidas no dia de hoje vão servir como base para exame de balística com os projéteis arrecadados nos corpos das últimas vítimas”, frisa Moisés.

Conforme o delegado, as quatro prisões são importantes porque vão ajudar a polícia a identificar o núcleo forte dos criminosos que agem como soldados de uma das facções, que pode ter ramificação com outra organização criminosa, com atuação em Salvador.

Prisões ocorreram em casa na Rua Monte Serrat, no Santa Lùcia

“E nós, através da inteligência das duas polícias, identificamos um número enorme de envolvidos dos dois lados. O trabalho investigativo demanda tempo e enorme esforço de todos os policiais para juntar essas peças e entender o que realmente está acontecendo”, destacou o delegado.

O comandante da 7ª CIPM, major Wagner Ribeiro, declarou que, desde agosto, a Polícia Militar aumentou o policiamento nos bairros onde vêm ocorrendo os crimes e que também vem realizando ações preventivas, com o intuito de trazer tranquilidade para a sociedade. “Um dos supostos autores dos crimes, preso hoje, é ex-integrante de uma da facção e tinha informação privilegiada de onde e quando encontrar seus rivais. E nisso realizava os ataques”, finalizou.