O Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) promove nesta quarta-feira (01) e sexta-feira (03) as primeiras reuniões abertas à comunidade para tratar do plano de manejo do Parque Nacional do Alto Cariri (Parna Alto Cariri), localizado na divisa entre Guaratinga e Santo Antônio do Jacinto (MG).
O Plano de Manejo é um documento técnico que estabelece a área e as regras para utilização do parque, a partir dos objetivos definidos juntos com a comunidade no ato de criação da Unidade de Conservação (UC).
“Essas reuniões preparatórias fazem parte do processo de elaboração do plano de manejo e dela que vamos coletar informações para a oficina final onde vai ser realizada o documento técnico. E tem como objetivo envolver as comunidades que tenham relação com o parque”, disse Adriana Prestes, gestora do Parna do Alto Cariri ao FURO31.
Os interessados em participar das discussões poderão participar presencialmente das reuniões que acontecerão em cada município. Na quarta-feira (01), o primeiro encontro acontece na Igreja Evangélica Assembleia de Deus Ministério no Ipiranga, em Santo Antônio do Jacinto, ao lado da quadra da comunidade Timóteo, às 8h da manhã. E na sexta-feira (03), na Quase Paróquia do São Sebastião em Monte Alegre, povoado de Guaratinga, também a partir das 8h da manhã.
12 ANOS DE CRIAÇÃO DO PARQUE
Criado em 2010, por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o parque foi instituído visando preservar o complexo de serras do Alto Cariri, o último fragmento de grande porte de mata atlântica do leste do estado da Bahia e nordeste de Minas Gerais. Preservando essa área, se preservam também os mananciais e cursos d’água, a fauna, em especial, as populações de mamíferos, répteis e aves ali existentes, especialmente o macaco muriqui-do-norte.
O parque tem uma área de 19.264 hectares, e há, no seu interior, cerca de 700 a 800 nascentes que formam mais de uma dezena de córregos e outros cursos d’água que compõem a bacia do rio Buranhém. A unidade de conservação é considerada a “caixa d’água” da Costa do Descobrimento.
No que tange ao uso do parque em atividades de recreação e turismo ecológico – que já vem sendo feito -, que são permitidas, a unidade de conservação oferece muitas opções. Uma delas é o turismo de observação, que tem inúmeros atrativos, como vales lindíssimos, montanhas, fendas, aves, e a exuberância da mata nativa, com exemplares seculares do jacarandá-da-bahia, vinhático e jequitibá, entre outras espécies nativas da mata atlântica. Há ainda as trilhas, e muitos córregos – alguns bastante volumosos – de águas límpidas, com várias cachoeiras e quedas d’água menores.
Não faltam também, atrativos para a prática de esportes radicais, como o mountain bike, o voo livre e o rapel, entre outras modalidades.
Nesses doze anos, apesar da sua importância especialmente nos aspectos ambiental e biológico, o parque ainda não foi totalmente implementado, mas algumas vitórias já foram obtidas. É o caso da constituição da primeira Esquadra de Brigada Temporária para prevenção e combate a incêndios do parque.
Por não ter sido ainda totalmente implementado, e ter fazendas como áreas limítrofes, o parque ainda não teve o perímetro cercado – e não tem ainda uma portaria -, mas seus limites e perímetro já são demarcados – portanto, reconhecidos legalmente.
Chega-se à área do parque por três estradas vicinais. Uma, pela cidade de Eunápolis, através da estrada da Colônia – caminho mais próximo -, que dá acesso ao norte do parque. A segunda, via BR 101, passando por Itabela e Guaratinga, e daí, pela estrada que liga a cidade aos povoados de São João do Sul e Monte Alegre. E o terceiro caminho, pelo lado de Minas Gerais, através do município de Santo Antônio do Jacinto. Existem outros acessos, precários, cujo uso não é aconselhado.