“Para nós não é uma data festiva, mas, este ano, deixamos um pouco a tristeza e estamos aproveitando para fazer uma reflexão sobre a situação dos povos indígenas”. Desta forma o cacique Siratã, da aldeia indígena Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro, definiu o que representa o dia 19 de abril, Dia do Índio, para sua comunidade.
Siratã informou que a partir desta quarta-feira (19) a aldeia da jaqueira estará sediando a 9ª edição dos jogos indígenas Pataxó e que este momento será importante para a troca de experiências entre diferentes comunidades indígenas. “Mais de 10 etnias estarão participando dos jogos. Vamos aproveitar esse momento para fazer troca de conhecimentos”, avaliou o cacique, informando que já chegaram a Porto Seguro índios das etnias Caipós (do Pará), Kernak (de Minas Gerais) e Fulni-ô (de Pernambuco).
Conquistas
O Cacique revelou que os jogos indígenas, muito além de ser uma competição, representa um momento para que as comunidade possam celebrar as suas culturas. “É o momento para mostrarmos que apesar de tudo que sofremos conseguimos preservar a nossa cultura, os nossos rituais, os nossos adereços, as nossas pinturas e a nossa língua”, destacou ele, avaliando ainda que uma das grandes conquistas para as comunidades indígenas têm sido o reconhecimento e o respeito as suas tradições. “Hoje já somos visto como iguais pelos brancos”.
Lutas
Siratã revelou que apesar das conquistas em relação ao respeito às comunidade, os indígenas ainda lutam pelo reconhecimento de seu território. “Nossa grande luta ainda é pela demarcação de nosso território”, concluiu o cacique.
Só na Bahia hoje vivem de 25 mil índios, espalhados em 32 aldeias indígenas de etnia Pataxó.