Indígenas ainda lutam pelo reconhecimento de seu território (Foto: João Cordeiro)


“Para nós não é uma data festiva, mas, este ano, deixamos um pouco a tristeza e estamos aproveitando para fazer uma reflexão sobre a situação dos povos indígenas”. Desta forma o cacique Siratã, da aldeia indígena Pataxó da Jaqueira, em Porto Seguro, definiu o que representa o dia 19 de abril, Dia do Índio, para sua comunidade.

Siratã informou que a partir desta quarta-feira (19) a aldeia da jaqueira estará sediando a 9ª edição dos jogos indígenas Pataxó e que este momento será importante para a troca de experiências entre diferentes comunidades indígenas. “Mais de 10 etnias estarão participando dos jogos. Vamos aproveitar esse momento para fazer troca de conhecimentos”, avaliou o cacique, informando que já chegaram a Porto Seguro índios das etnias Caipós (do Pará), Kernak (de Minas Gerais) e Fulni-ô (de Pernambuco).

Conquistas

O Cacique revelou que os jogos indígenas, muito além de ser uma competição, representa um momento para que as comunidade possam celebrar as suas culturas. “É o momento para mostrarmos que apesar de tudo que sofremos conseguimos preservar a nossa cultura, os nossos rituais, os nossos adereços, as nossas pinturas e a nossa língua”, destacou ele, avaliando ainda que uma das grandes conquistas para as comunidades indígenas têm sido o reconhecimento e o respeito as suas tradições. “Hoje já somos visto como iguais pelos brancos”.

Dia do Índio é visto como momento de reflexão pelas comunidades indígenas da região (Foto: João Cordeiro)

Lutas

Siratã revelou que apesar das conquistas em relação ao respeito às comunidade, os indígenas ainda lutam pelo reconhecimento de seu território. “Nossa grande luta ainda é pela demarcação de nosso território”, concluiu o cacique.

Só na Bahia hoje vivem de 25 mil índios, espalhados em 32 aldeias indígenas de etnia Pataxó.

RADAR64 | Maria Eduarda Toralles