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Vídeo de pessoas desenterrando carne apreendida em Teixeira viraliza na internet (Vídeo: Sul Bahia News)

Uma carga de 20 carcaças bovinas sem procedência comprovada e sem documentação fiscal foi apreendida nas barreiras itinerantes instaladas no município de Teixeira de Freitas pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) na sexta-feira (24) e enterrada em um aterro sanitário.


Porém, um vídeo viralizou durante o final de semana ao mostrar apenas que após a saída da equipe da Adab, pessoas começaram a cavar para pegar a carne descartada. Depois deste, outros vídeos apareceram nas redes sociais criticando a ação dos fiscais de enterrar a carne.

Em comunicado enviado ao FURO31 neste domingo (26), o diretor da Adab, Maurício Bacelar, informou que o órgão seguiu os procedimentos legais conforme consta no o artigo 51 do decreto 7854/2000 que prevê o aterramento de animais mortos, o que foi feito com a carga, ou a destruição através do fogo.

“Todos os procedimentos previstos nos programas de profilaxia, controle e combate de doenças transmitidas por animais pelo órgão de defesa sanitária estadual foram observados. No ato da apreensão, as carcaças estavam em péssimas condições de acondicionamento, sem nenhum sistema de refrigeração, apresentando alta temperatura, muito além dos 7ºC regulamentados pela legislação sanitária, em estado de putrefação e não foi apresentado nenhum documento que identificasse a origem do produto. Comercializar carne nessas condições é crime”, justificou o diretor da Adab.

Bacelar afirmou que “a distribuição de carnes nas condições da carga apreendida impõe sérios riscos ao consumidor, pela ingestão de produtos de origem animal oriundos de abate clandestino, podendo adquirir diversas doenças, entre elas zoonoses. As medidas foram adotadas para proteger a saúde dos baianos”.

Maurício Bacelar, diretor da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Foto: Divulgação)

Segundo Bacelar, “os procedimentos foram adotados em atendimento aos preceitos legais, por isso, antes de ser enterrada, a carga foi tratada com creolina. Diante das evidências, foi adotada a decisão mais viável para aquele local e àquelas circunstâncias, que era enterrar em um aterro sanitário”.

O diretor da Adab, Maurício Bacelar, repudiou a tentativa de se utilizar o fato de forma política. “O que nos deixa estarrecidos é assistir pessoas tentando tirar proveito político da fragilidade de uma parcela da população. Pessoas que, de uma maneira inadvertida, foram lá tentar aproveitar aquela carne como alimento, estão sendo utilizadas com objetivos políticos. Isso é inadmissível”.