Por Ascom/Secti

Reunião de Apresentação do Programa Cocoa Action (Foto: Caio Issa)


Visando o desenvolvimento sustentável do setor cacaueiro da Bahia, através de ações sinérgicas envolvendo produção, social e meio ambiente, o Programa ‘Cocoa Action’, da Fundação Mundial do Cacau (WFC), foi apresentado na última segunda-feira (7), em reunião promovida pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), com as secretarias de Desenvolvimento Rural (SDR) e de Desenvolvimento Econômico (SDE), e o Instituto Biofábrica de Cacau.

O Programa prevê a produção de cacau de alta qualidade, que opera em três pilares principais: melhoria da produção, abordando questões como práticas agrícolas e rejuvenescimento de plantações; vida melhor, que busca capacitar as mulheres e eliminar o trabalho infantil; e melhoria do cacau produzido, que abrange a certificação e a construção de relacionamentos de longo prazo em nossa cadeia de suprimentos.

De acordo com o vice-presidente de programas da WCF, Paul. F. Macek, a iniciativa busca fortalecer a base da cadeia produtiva (produção/produtores) e, tendo como exemplo os resultados obtidos com o programa na África, iniciado em quatro países do Golfo da Guiné (Camarões, Gana, Nigéria e Costa do Marfim), tem um aumento geral da produtividade e, consequentemente, crescimento da renda familiar do produtor em 80%. “O ‘Cocoa Action’ só é possível diante de ampla cooperação entre os elos da cadeia produtiva – governo, associações e cooperativas, iniciativas privadas, 3º setor”, acrescentou Paul.

Para o secretário da Secti, José Vivaldo Mendonça, a Bahia mais uma vez sai na frente, e o anseio é que o programa se instale aqui, sendo a central para toda América Latina. Desde 2007, o Governo do Estado faz uma agenda diferenciada para o setor cacaueiro, investindo mais de R$ 20 milhões em extensão rural, pesquisa, produção de mudas e criação de agroindústrias. “Por isso, é importante reconhecer que a Bahia detém o maior centro de pesquisas aplicadas em tecnologia para o Cacau no sul do estado, com a Biofábrica de Cacau, integração com universidades e com um sistema agroecológico de cultivo agrossilvicultural, plantio integrado com a floresta, através do Corredor Central da Mata Atlântica”, afirmou o secretário, lembrando que, com o Programa, o setor também vai avançar no quesito inovação tecnológica, seja na produção ou na pós-colheita.

A equipe da WFC veio colher informações com todos os atores da cadeia produtiva e alinhar ideais para apresentá-las ao conselho da WFC, que decidirá, em outubro, sobre a implementação do ‘Cocoa Action’ aqui no Brasil.

Cerca de 90% da produção cacaueira vem da Agricultura Familiar (Foto: Caio Issa)

Demandas da Agricultura Familiar

A atividade cacaueira pertence, predominantemente, à Agricultura Familiar, composta em mais de 90% por pequenos produtores, indígenas e quilombolas. O secretário de Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues, busca recompor o plantio, diante de perdas com a seca e pregas, e a elevação da produtividade com resistência.

“Com a implementação deste programa, queremos retomar o posto de maior produtor de cacau e temos condições para tal, agregando valor às amêndoas, melhorando, assim, a qualidade”, ponderou Jerônimo. Ele ainda acredita que a aproximação e o diálogo com as grandes indústrias seriam facilitadores para potencializar a comercialização das amêndoas produzidas pelos agricultores familiares.

A reunião gerou um documento à WCF com as contribuições do Governo para a implantação do programa, bem como ressaltando a importância e necessidade do ‘Cocoa Action’ para a cadeia produtiva do cacau da Bahia.