Por FURO31, com informações do Globo Rural
Neste domingo (09) o Globo Rural, programa da Tv Globo, exibiu uma reportagem sobre a fabricação em série de abelhas rainhas para aumentar a produção de mel, intitulada Projeto Rainha. As rainhas das colmeias são substituídas quando ficam mais velhas ou fracas. A matéria contou que as abelhas rainhas são produzidas no apiário da Ceplac de Itabuna e distribuídas aos pequenos produtores rurais de Guaratinga e região.
O pesquisador Ediney Magalhães domina como poucos a técnica de produção de rainhas. É um serviço meticuloso, que exige paciência e uma boa dose de sensibilidade manual. No apiário da Ceplac, a equipe do pesquisador já produziu 450 abelhas rainhas nesse método chamado método Doolittle, que não é novo.
“É um método antigo, de 1886. Ele não é complicado, é até simples, por sinal, mas a gente tem que estar muito atento com relação à seleção do material que a gente vai reproduzir. Porque o método em si é a transferência da larva para as cúpulas. Desde o início da transferência da larva até a fecundação de rainha leva 32 dias”, explica Ediney Magalhães.
O Projeto Rainha profissionalizou a atividade na região, quem produzia 20 kg, hoje alcança até 70 kg por colmeia.
“É uma mudança muito grande. Nós saímos da informalidade e aderimos à tecnologia. O que muda na apicultura é a rainha. Só por ser nova, a rainha, aumenta a produção em 30% e com a introdução de cera, manejo e florada incentiva a gente a produzir mais e mudando o padrão de vida das pessoas”, contou Gilson Pereira da Paixão, Presidente da Associação dos Apicultores de Guaratinga.
O Joselito Andrade começou com 10 colmeias e hoje tem 150, só tinha uma moto, agora tem caminhonete e galpão. Questionado sobre quantos quilos de mel ele iria colher nesta safra, Joselito afirmou “estou fazendo até o momento, só no velame, eu estou com 3 toneladas, mas vai começar o eucalipto e a minha perspectiva é de 7 a 8 toneladas.”
A apicultura trouxe para Guaratinga um dinheiro que a economia do município se quer contava, diz o Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Jorge Brito, estimando os reais que o mel vai trazer para o município.
“Praticamente não havia apicultura. Estamos aqui com 40 toneladas de mel, é a nossa perspectiva, mas já temos um planejamento elaborado para nos próximos 5 anos atingirmos 150 toneladas. Isso significa quase 2 milhões de reais nas mãos desses produtores”, ressaltou Jorge Brito.
Em um contexto de agronegócio, em que o Brasil é campeão em tantos setores, isso pode parecer pouco, mas essa mudança que ocorre no sul da Bahia, muito menos pelo valor bruto de produção, importa mais pela parceria entre pequenos produtores, poder público e empresa privada.
A reflorestadora tem 60 mil hectares de eucalipto espalhados por 10 municípios. Macacões, kits de trabalho e transito livre para o imenso pasto apícola é o que a companhia oferece. Em troca, ganha uma boa e sorridente vizinhança.
“Vim de um ano de seca, onde produzi 200 quilos ano passado. E com a expectativa de chegar a 2 toneladas esse ano, com poucos enxames, estou subindo pelas paredes”, contou, esperançoso, o apicultor Anderson Soares.
O projeto atende 400 apicultores de sete associações do sul da Bahia. A meta é chegar a mil produtores até o fim do ano.