Pessoas que passaram, a pé ou de carro, pela BR-101, trecho urbano de Eunápolis, na tarde deste sábado (20), foram atraídas por um cenário que parecia uma tragédia. Mas tudo não passou de uma simulação de acidente com múltiplas vítimas, organizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), como uma das etapas do curso de formação de socorristas.
Coordenador regional do órgão, Wilkerson Araújo informou que este treinamento permite preparar os profissionais para atuar em situações de maior gravidade. 20 formandos das cidades de Guaratinga, Itabela e Belmonte estão participando de um curso introdutório no Núcleo de Educação Permanente de Eunápolis (NEP) para função de condutores e técnicos de enfermagem.
PARCEIROS
Realizado pela Prefeitura de Eunápolis, por meio da secretaria municipal de Saúde e Núcleo de Educação Permanente do SAMU, o simulado é uma das etapas do treinamento e contou com a parceria do Corpo de bombeiros de Porto Seguro e da Associação de Bombeiros Civis de Eunápolis. Bando suporte ao evento, a Polícia Rodoviária Federal organizou o trânsito e disponibilizou veículos sinistrados para o cenário.
O trabalho da maquiadora Carine Costa deu aos 19 bombeiros civis voluntários o aspecto de vítimas com pequenas escoriações até graves mutilações. As representações das cenas foram tão reais que alguns moradores se assustaram. “Eu tomei um susto a primeira vista. Ainda bem que era só treinamento”, afirmou o vendedor de frutas José Felinto Amaral, de 45 anos que acompanhou e filmou o evento.
MÚLTIPLAS VÍTIMAS
Na simulação, as equipes tiveram que prestar socorro simultâneo a um falso acidente envolvendo quatro carros com duas vítimas mais graves; 12 em estado crítico e cinco estabilizadas. A coordenadora do NEP, Clarisa Silveira, ainda explicou o significado das cores das lonas usadas durante a simulação. As lonas são de cores diferentes e o significado perpassa pela gravidade das vítimas.
“Em um momento desses existe a triagem, onde classificamos a vítima pelo quadro clínico dela. As vítimas mais graves são consideradas vermelhas, que precisam de atendimento prioritário. As vítimas amarelas são de gravidade moderada. A equipe – continua ela – tem que passar o quadro fiel para o médico regulador, que está longe do local e precisa encaminhar o paciente para uma unidade com atendimento adequado ao quadro”.
AVALIAÇÃO
Após o atendimento, os profissionais se reuniram na Base para avaliar alguns itens de importância para o aprendizado dos formandos: triagem dos pacientes em casos de múltiplos feridos, classificação de risco, quantidade de pessoal qualificado na área para prestar socorro ao paciente, ações de autoproteção para evitar novos acidente e outros itens.
“Cada acidente é único e a prática ao vivo, através do simulado, nos faz perceber no que estamos acertando e errando e assim minimizarmos as falhas”, afirmou o coordenador médico do SAMU Regional Eunápolis, Carlos Sarquis. “Nós não queremos que acidentes ocorram, mas caso aconteça, as equipes têm que estar treinadas e preparadas para salvar o maior número de vítimas”.