A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou que, após nova reunião realizada nesta quinta-feira (15) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), não houve acordo sobre o reajuste reivindicado pelos bancários, e orientou a continuidade da greve.


Segundo a Contraf, os bancos reapresentaram a proposta que já haviam feito na reunião de terça-feira (13), que terminou sem acordo. Na sexta-feira (9), os bancários já haviam recusado a outra proposta da Fenaban. A greve teve início na terça-feira passada (6).

Em seu 10º dia, a greve dos bancários fechou mais da metade das agências do país, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). De acordo com balanço do comando dos grevistas, 12.608 agências e 49 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas.

Reivindicações
A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban – de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

Os sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

A Fenaban disse em nota que “o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa”.

Atendimento
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.

Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.

Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.

Segundo o sindicato, 910 agências na Bahia estão fechadas. (Foto: Adson Rodrigues/FURO31)

Segundo o sindicato, 910 agências na Bahia estão fechadas. (Foto: Adson Rodrigues/FURO31)

Bahia

De acordo com o Sindicato dos Bancários da Bahia, os bancos insistiram no modelo de reajuste abaixo da inflação, ou seja, 7% e abono salarial de R$ 3,3 mil. Os bancários reafirmaram que não aceitam e só discutem aumento real. A categoria pede 14,62% de reajuste salarial.

Ainda segundo o sindicato, o setor bancário é o mais rico da economia e no primeiro semestre obteve lucro líquido de R$ 29,7 bilhões.

O sindicato informou que 910 agências na Bahia estão fechadas.

G1 e ATarde