Uma estudante de direito registrou em vídeo um momento de correria dentro do shopping Mestre Álvaro, na Serra, no Espírito Santo, neste domingo (5). Ela e outros clientes ficaram dentro de lojas, com as portas fechadas, depois de receberem a informação de que acontecia um arrastão no local.

Essa informação ainda não foi confirmada pela polícia. A assessoria de imprensa do shopping disse que não houve arrastão dentro do estabelecimento.

Várias cidades do Espírito Santo estão sem policiamento nas ruas por conta de protestos de familiares que impedem a saída dos PMs dos batalhões.  Além do reajuste salarial, os familiares pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também são denunciados o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.

A jovem que fez o vídeo, que não quer se identificar, estava dentro de um loja de departamento do shopping quando a confusão começou. As portas da loja foram fechadas e todos os clientes tiveram que permanecer no local.

De dentro da loja, ela filmou a situação. “Está tendo um arrastão aqui no Shopping Mestre Álvaro. Os caixas estão fechados. Todas as atendentes correram. Eu estou sem condições de sair daqui, porque fecharam todas as portas”, diz, no vídeo.

Em outro momento do vídeo, ela diz que um homem ensaguentado está passando pelos corredores do shopping.  “Agora é desespero. Meu Deus. Um cara todo ensanguentado, meu Deus”, diz.

Um funcionário do shopping, que também preferiu não se identificar, disse que o SAC do estabelecimento informou que um arrastão aconteceu do lado de fora, e que, assustadas, as pessoas começaram a correr para dentro do shopping.

Pouco antes das 20h, ele disse que a saída pelos clientes foi liberada por um dos estacionamentos.

A assessoria do Shopping Mestre Álvaro disse que não houve arrastão dentro do shopping. Segundo a assessora, os seguranças fecharam as portas principais porque muitas pessoas entraram correndo, fugindo de um tumulto no ponto de ônibus em frente ao local. Por conta disso, alguns lojistas também baixaram as portas.

Ela acrescentou, por volta das 20h, que o shopping já estava funcionando normalmente.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Seguran Pública e da Polícia Militar foram procuradas, mas não responderam. A assessoria da Prefeitura da Serra também foi procurada para saber se a Guarda Municipal foi acionada, mas as ligações mão foram atendidas.

Protestos
Os protestos deste sábado acontecem em toda a Região Metropolitana de Vitória, Guarapari, Linhares e Aracruz, Colatina e Piúma. Segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Sargento Renato, há manifestantes inclusive em frente à cavalaria, BME, batalhão de transito e Quartel General da PM.

Além do reajuste salarial, os familiares pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também são denunciados o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.

Eles protestam pelos seus familiares porque os policiais militares são proibidos pelo Código Penal Militar de protestar, fazer greve ou paralisação. A pena para o PM que tomar parte em atos desse tipo pode chegar a dois ano de prisão.

Carros da polícia são impedidos de sair de batalhão (Foto: Bernardo Coutinho / A Gazeta)

Governo suspende negociações
O secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que as negociações com os policiais militares estão suspensas, enquanto não voltarem ao trabalho de patrulhamento das ruas e o atendimento das ocorrências. O governo também vai acionar a Justiça para decretar a ilegalidade do movimento. A declaração foi dada em um vídeo compartilhado na noite deste domingo (5).

Estava marcada para esta segunda-feira (06) uma nova rodada de negociações às 13 horas, no Palácio Anchieta. Neste sábado o estado começou o dia sem patrulhamento. Familiares, principalmente as esposas dos PMs, impediram a saída das viaturas dos batalhões.

G1 |

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