Por FURO31

Mestre de capoeira afirma que foi afastado de projeto educativo por preconceito (Foto: Arquivo Pessoal)


O Mestre do grupo de capoeira Ginga Guaratinga Rosivaldo Neris dos Santos conhecido como Ferreirinha afirmou ao FURO31 que foi afastado do projeto educativo onde dava aulas de capoeira para crianças e jovens por preconceito do departamento de cultura de Guaratinga.

Ferreirinha que é servidor público concursado em serviços gerais desenvolve esse trabalho cultural e social há mais de 30 anos no município e já tirou várias crianças das ruas e do mundo das drogas.

“Há cerca de 15 dias fui chamado pelo diretor de Cultura Estevão Silva para uma conversa. Ele me disse que as aulas de capoeira não poderiam continuar em 2019 e que eu passaria a trabalhar como vigia noturno da biblioteca municipal”, disse o mestre diplomado pela associação de capoeira Ginga Eunápolis.

Ferreirinha trabalha com capoeira há mais de 30 anos no município (Foto: Arquivo/Start Comunicação)

Ainda a nossa reportagem, Ferreirinha deixou bem claro que não se importa em exercer a função de vigia que a prefeitura impôs, mas que agiram de forma desonesta e preconceituosa buscando substituí-lo devido a sua aparência.

“Em seguida, fiquei sabendo que o próprio diretor de Cultura chamou outra pessoa para assumir as aulas de capoeira a partir desse ano. Conversei até com a pessoa que foi chamada, ela até questionou o que tinha acontecido comigo para ter saído do projeto. Eu acredito que foi o preconceito contra minha aparência por que possuo quase 100% do corpo tatuado e agora que fiz uma tatuagem nos olhos a capoeira que desenvolvo parou assim. Não tem outra explicação”, contou indignado.

Por telefone o diretor de cultura do município, Estevão Silva, disse que tudo não passou de um mal-entendido e que já havia conversado com o mestre de capoeira.

De acordo com Estevão, o projeto ‘Capoeira Educativa’ inserido no programa educacional ‘Educação e Arte Para Estudantes’ no qual Ferreirinha é professor finalizou as atividades letivas em dezembro de 2018 e retornará este ano normalmente com o mestre transmitido seus ensinamentos.

Ainda de acordo com o diretor de cultura, o que se cogitou foi a possibilidade de expansão do projeto da sede para alunos dos povoados e por isso um novo professor foi sondado, mas nunca que o projeto acabaria ou que o mestre fosse substituído.

Sobre a mudança de função, Estevão informou que o servidor trabalhará de vigia da biblioteca temporariamente e a medida foi tomada para que a prefeitura não tivesse mais gastos na folha pagamento, já que o mesmo é concursado em serviços gerais e a prefeitura vem passando por uma crise financeira.