Sandro Lopes, secretário de Meio Ambiente de Eunápolis (Foto: Prefeitura de Eunápolis)

O secretário de Meio Ambiente de Eunápolis, Sandro Lopes, falou nesta quinta-feira (15), em uma entrevista à Rádio Nova FM, sobre a recente remoção de árvores na Avenida Duque de Caxias, no Centro da cidade.


Ele afirmou que a determinação para a remoção partiu de laudos técnicos elaborados por engenheiros florestais, ambientais e biólogos.

“Em relação à supressão de árvores, a prefeita não tem interferência nenhuma nesse processo de critério técnico, quando se vê árvores quase em sua vida útil degradadas. Então, a gente não pode culpar a gestão”, afirmou o secretário.

Ele destacou ainda que a importância de seguir as recomendações técnicas para garantir a segurança e a saúde da população, ressaltando que medidas embasadas em critérios técnicos devem prevalecer sobre questões políticas.

Porém, o secretário não explicou qual é o projeto da gestão para a Avenida Duque de Caxias após a remoção dos arbustos ou ainda se será plantado árvores em outras localidades para compensar.

Avenida Duque de Caxias após a remoção das árvores (Foto: Reprodução/Instagram/soulluciana)

A equipe do FURO31 tentou contato com o secretário de Meio Ambiente de Eunápolis, mas não obteve retorno. As informações desse texto foram baseadas no texto enviado pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Eunápolis. Contudo, o FURO31 deixa o espaço aberto para caso o secretário queira se manifestar e apresentar um projeto.

Entidades se manifestam

A prefeitura de Eunápolis retirou mais quatro árvores da Avenida Duque de Caxias, no centro de Eunápolis, na terça-feira (13) em pleno feriado de carnaval. A notícia repercutiu pela cidade e entidades se manifestaram nesta quinta-feira (15).

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Eunápolis disse, em nota, que enviou uma denúncia ao Ministério Público através do ofício nº 14/2024, em caráter emergencial, sobre as podas drásticas e supressão de árvores e vegetação no meio ambiente urbano desta municipalidade.

“A Ordem dos Advogados do Brasil, defende a Constituição, a ordem jurídica, o Estado de Direito, os direitos humanos, a justiça social, pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas, doravante simplesmente designada por Subseção Eunápolis, por meio da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, apresenta NOTÍCIA DE FATO, em caráter emergencial no MP de Eunápolis.”

Loja Maçônica Fraternidade 5 de Novembro de Eunápolis, através de sua Comissão de Cidadania, também se manifestou informando que protocolou na prefeitura um pedido de suspensão de podas drásticas sem qualquer motivo aparente e inexistência de ações conhecidas de compensação ou plano municipal de arborização.

No documento protocolado, a Fraternidade destacou também que houve podas drásticas em outras localidades como na Avenida Paulino Mendes, Parque Ecológico Gravatá, Bairro Jardins e na rua Floriano Peixoto. Além disso, o texto apresenta os benefícios da arborização como melhoria da qualidade do ar, regulação térmica, promoção da biodiversidade, benefícios psicológicos e valorização imobiliária.

“De forma propositiva, demonstra-se a necessidade de um plano com políticas claras para a proteção das árvores existentes, critérios técnicos para podas e, mais importante, estratégias para o replantio e ampliação das áreas verdes urbanas, incluindo um programa de compensação ambiental para as árvores já removidas”, pontuou Ramon Prates, representante da Loja Maçônica.

O FURO31 buscou ouvir o biólogo de Porto Seguro, Fernando Damasceno, que é Mestre em Ciências Ambientais e Consultor Ambiental para entender melhor o que ainda pode ser feito na localidade para reduzir os impactos da retirada. Ele explicou que na avenida poderia ser criado um canteiro central para preservar as árvores sobreviventes.