100_4103


Dirigentes dos sindicatos de trabalhadores rurais dos municípios de Guaratinga, Itabela, Eunápolis, Itagimirim  e Porto Seguro discutiram na última quinta-feira (21) as formas e estratégias a serem adotadas para beneficiar o trabalhador e a trabalhadora que temporariamente fazem a colheita de café nas fazendas da região. Wellington Santos, presidente da CASESB, abriu a reunião no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Município de Itabela. Sua esposa, Adinélia dos Santos (Néia), presidente da entidade, foi a segunda a falar. Tico Lisboa, presidente do STTR de Eunápolis e um dos dirigentes da FETAG-Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Bahia, foi o terceiro líder a falar e dali em diante conduziu os trabalhos. Fez parte da mesa diretora a dirigente sindical de Porto Seguro, Eliziane Nascimento Gonçalves.

Situações como o fato de fazendas produtoras de café de Itabela normalmente manterem as cancelas sempre trancadas a correntes e cadeados, foram citadas pela dirigente do STR local, Néia, acrescentando que, inclusive, não tem sido fácil o diálogo nem mesmo com encarregados das propriedades que muitas vezes fingem não entender o que se diz, ou, simplesmente, mostram indiferença. E o presidente do Sindicato de Guaratinga, Inocêncio Pinheiro, lembrou da reduzida equipe para lidar com verdadeiros batalhões de gente da panha do café, pois, conforme disse, só em uma única fazenda são 400 pessoas fazendo a colheita e em uma outra são 200 trabalhadores temporários. Isso sem falar das grandes distâncias dentro do amplo território de Guaratinga.

100_4113

O presidente do Sindicato de Porto Seguro, Antônio Bomfim da Silva, lembrou que a cafeicultura vem crescendo em seu Município e que o STR deve ir ao encontro desses trabalhadores sem demora, e pronto para desenvolver uma mentalidade moral na questões de ganhos e cuidados para evitar acidentes e exposição a venenos. O dirigente do STR de Itagimirim, Valmir Alves de Oliveira, frisou que é necessário fortalecer a política para esse tipo de trabalhador em seu Município.

A reportagem do NossaCara percebeu que este é um novo cenário que desafia esses experimentados sindicatos, que têm à frente uma gente valorosa na defesa dos direitos do trabalhador. A verdade é que a Bahia tem uma cultura escravista, escravagista ou escravocrata como queiram. Isto está na nossa própria história e para mudar essa atitude coronelista o desafio é levar as massas de trabalhadores e trabalhadoras a refletirem sobre ganhos e condições de trabalho. Esse é um papel fundamental para as mudanças essenciais afim construirmos uma nova sociedade em nosso território.

FURO31 | NossaCara