Ouça essa matéria:
Economia verde em rota. (Foto: www.gazetadopovo.com.br/giro-sustentavel).

A “Economia Verde” é uma concepção do “Capitalismo 4.0” em que os princípios da Economia de Mercado se alinham aos princípios da Ecologia Política e da Sustentabilidade.


Como os recursos naturais são bens comuns, eles são geradores de direitos, o que leva à demanda por justiça ambiental em conjunto com justiça social e econômica. A Ecologia Política é, então, a reafirmação de que apelar para o equilíbrio ecológico é apelar também para a igualdade social.[1]

A Economia Verde tem por base, por um lado, a redução do impacto ambiental das mercadorias e dos processos de produção, através da reciclagem ou da maior eficiência energética e tecnológica. Por outro lado, fundamenta-se no Mercado como a principal ferramenta para conseguir estes objetivos ambientais, associando-os à privatização e à mercantilização dos recursos naturais, convertendo-os em capital natural.[2]

Para o “Ecocapitalismo”, o crescimento econômico é compatível com a conservação da natureza sem reduzir as taxas de benefício, desde um regime de acumulação racional, numa perspectiva weberiana.

Na linha teórica do sociólogo alemão, Max Weber, William Davies, ao analisar o governo da Terceira Via britânica da década de 1990, nota que não havia uma redução do Estado, mas uma expansão das políticas públicas no sentido de melhorar a “competitividade nacional”. Para Davies, a legitimidade dos objetivos perseguidos dependia de sua conformidade com formas de racionalidade econômica baseadas no livre mercado e em uma retórica assentada na prioridade dos “consumidores”, da “eficiência” e da “competição”. O crescimento do Estado se dava pela constante avaliação, medição e crítica realizada por redes de consultores e especialistas que passam a relacionar economistas acadêmicos, agências governamentais, agências reguladoras e think tanks.[3]

Em vários países cada vez mais surgem organizações que procuram estimular os investimentos de impacto, os quais buscam gerar, além de lucros, retornos positivos e mensuráveis em termos sociais e ambientais.

Empresas tipo “Family Offices”, entre outras, por exemplo, estão mais receptivas ao conceito de “Ecocapitalismo”, posto que buscam aplicar esses princípios na administração de seu patrimônio, de modo a deixar um legado para as gerações futuras.

Essa atenção aos princípios da sustentabilidade foi provocada por uma tomada de consciência de que os riscos mudaram, especialmente após a Pandemia da Covid-19: “as pessoas estão se perguntando em que mundo elas querem viver após essa crise passar. Além da pandemia, os sucessivos e cada vez mais graves eventos climáticos colocaram o meio-ambiente no topo da agenda. “Sustentabilidade deixou de ser uma palavra bonita e passou a ser uma necessidade”.[4]

A rede de investidores “Principle for Responsible Investment” (PRI), com sede em Londres, adota o modelo ESG na gestão de seus recursos, entendendo que os princípios da Ecologia, Sustentabilidade e Governança (ESG) deixaram de ser algo que seria bom seguir para algo que é essencial aplicar.

Para esta e outras organizações que operam no Capitalismo 4.0, haverá cada vez menos espaço para os gestores de recursos que não colocarem preocupações ESG em suas estratégias de gestão, uma vez que “investimentos não sustentáveis” vão se tornar muito mais arriscados.[5]

Somando-se aos esforços para as adequações institucionais ao “Capitalismo 4.0”, o NEURO BANCO[6]Banco de Desenvolvimento Comunitário, com sede em Curitiba, PR., criou um comitê para o estudo, reformulação e encaminhamento dos seus Estatutos Sociais à Assembleia Geral Ordinária que ocorrerá em data divulgada por seu presidente, Dr. Lutero Couto.

Em recente reunião, esse comitê entendeu a importância e urgência de se criar, entre outras, a “Diretoria de Relações Institucionais” no organograma institucional, cujos objetivos vão ao encontro dos negócios, investidores e investimentos sustentáveis.

Parceira do NEURO BANCO, a ARPSI INSTITUTE[7], alinhada aos princípios ESG, os quais fazem parte de suas linhas programáticas institucionais, estimula os investimentos de impacto, com o objetivo de gerar, além de lucros, retornos positivos e mensuráveis em termos sociais e ambientais.


[1] ATTAC ESPANHA – Justicia Económica Global. https://attac.es/observatorio-de-ecologia-politica/. Acessado em 25 de junho de 2021.

[2] ECOCAPITALISMO. https://elpais.com/diario/2002/03/01/sociedad/1014937209_850215.html. Acessado em 25 de junho de 2021.

[3] DAVIES, W. The limits of neoliberalism. Authority, sovereignty and the logic of competition. Los Angeles; London; New Delhi : Sage, 2014.

[4] O futuro do capitalismo verde. Os investimentos com filosofia ESG deixaram de ser um nicho nas finanças. E esse movimento está longe de acabar https://www.istoedinheiro.com.br/o-futuro-do-capitalismo-verde/. Acessado em 25 de junho de 2021.

[5] Ibid.

[6] NEURO BANCO – BANCO DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO. http://www.neurobanco.com.br/. Acessado em 25.06.2021.

[7] ARPSI INSTITUTE. https://www.arpsi.com.br/. Acessado em 25.06.2021.