Centenas de pais e estudantes se uniram na manhã desta sexta-feira (11) em uma marcante passeata pelas ruas de Guaratinga, erguendo faixas, panelas e apitos, além de entoar gritos de guerra, com um objetivo claro: o retorno 100% das aulas na rede pública municipal após três meses de greve dos profissionais da educação.


A manifestação teve início com uma concentração diante da Secretaria Municipal de Educação e prosseguiu passando pela frente da sede da APLB Sindicato, da Câmara Municipal de Vereadores e encerrando na Prefeitura de Guaratinga, onde os manifestantes expressaram a revolta com os prejuízos que os estudantes da rede pública municipal estão enfrentando com a falta das aulas.

“Estamos conduzindo um movimento pacífico para conscientizar os pais sobre sua responsabilidade na educação. Não podemos esperar que o problema seja resolvido apenas pela APLB e a Prefeitura. Essa queda de braço prejudica nossos filhos, e no meio disso tudo, o direito que não está sendo cumprido e a lei que diz que nossos filhos tem direito a educação 100%. Nosso movimento é exclusivamente para sensibilizar os pais. Não estamos tomando partido A ou B, estamos defendendo nossos filhos”, disse Valéria Pinheiro, mãe de uma estudante da rede pública municipal.

A filha de Valéria Pinheiro, Hivy Gabrielle Sena Pinheiro, expressou sua indignação com a falta de aulas. “Penso em como todos nós seremos prejudicados aqui. Não sou apenas eu, meus colegas, até os alunos do 9º ano. A ideia de ir para outra cidade e ficar longe da minha família e amigos me assusta. Quero que as aulas retornem, para que eu não fique longe dos meus pais. Quero aulas 100% já”, frisou.

A preocupação dos pais foi aprofundada por Gabriela Meireles, que compartilhou: “tenho um filho na creche e outra na escola. Meu filho mais velho é muito dedicado, mas a falta de aulas regulares está afetando seu ânimo. Ele agora passa mais tempo no celular e na televisão, desestruturando nossa rotina. Ele me pergunta todos os dias se haverá aula”.

ASSOCIAÇÃO DOS PAIS – A indignação dos pais e alunos levará à criação de uma associação destinada a demandar os direitos educacionais dos estudantes.

“Tudo teve início na época da pandemia, quando aulas não estavam retornando presencialmente. Hoje estamos lutando por outro objetivo, que é a volta às aulas 100%, então nós pais demos início a esse movimento, porque não existe criança fora da escola, eu tenho filha na rede pública, não quero que isso se torne coisa corriqueira. Conversamos com outros pais e estamos dando início a uma associação de pais de estudantes da rede municipal e estadual. Nossa primeira reunião teve seis pais, já a última teve 70 pais, então o movimento está crescendo. Queremos os nossos filhos na escola”, frisou Vanessa Rebouças, presidente da associação.

JUSTIFICATIVA DA APLB – Dentro desse cenário, Claiton Ribeiro, coordenador do sindicato em Guaratinga, afirmou que a categoria está disposta a reduzir suas exigências de perdas de reajuste salarial de 45% de para 9,17%, como uma tentativa de encerrar a greve. Sendo esse percentual de 9,17%, dividido em seis parcelas como decidido pela assembleia.

O QUE DIZ A GESTÃO – A Prefeitura de Guaratinga informou que foi oferecido um aumento de 6,21%, em junho, e alegou não ter receita para conceder reajustes maiores que o proposto. A administração justificou que só retornará as negociações quando houver melhoria no saldo financeiro.

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