O deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) gerou polêmica ao divulgar um vídeo nesta terça-feira (13) em que critica uma gincana do dia do estudante realizada no Colégio Estadual Jesus Moura (CEJM), em Guaratinga, na semana passada, chamando o evento de “ativismo do movimento LGBT”. No vídeo, com quase quatro minutos de duração, o deputado, que também é pastor, expressa indignação com a participação de estudantes que, durante a gincana, vestiram roupas tradicionalmente associadas ao gênero oposto. “Não podemos aceitar, dentro de uma escola, um ativismo do movimento LGBT”, afirmou.
O deputado também mencionou o apoio do pré-candidato a prefeito Rafael Gandhi (PT) ao evento e declarou seu apoio ao oponente Ezequiel Xavier (Solidariedade) nas próximas eleições municipais. Além disso, Samuel Júnior criticou a diretora da escola, Jocelia Moreira, por permitir a realização da gincana e anunciou que pretende apresentar uma representação contra ela na Secretaria de Educação do Estado da Bahia.
Em resposta, a direção do CEJM divulgou um comunicado oficial rechaçando as declarações do deputado. A diretora Jocelia Moreira afirmou que a equipe gestora “repudia a atitude” do deputado e destacou que o uso de imagens dos estudantes foi feito sem autorização. Ela também declarou que as devidas providências legais estão sendo tomadas.
A professora Joara Nascimento, que leciona na escola, expressou sua indignação nas redes sociais, classificando as falas do deputado como “absurdas” e “cheias de ódio”. Ela ressaltou que a gincana, que ocorreu na quinta-feira (08) e sexta-feira (09), teve como objetivo, entre outras atividades, arrecadar 300 cestas básicas que foram distribuídas à comunidade de Guaratinga.
Os alunos do CEJM também se manifestaram, defendendo o caráter lúdico do evento e esclarecendo que ninguém foi forçado a participar de qualquer atividade. Em comunicado, eles afirmaram: “Estamos esperando que, além de julgar por conta de uma roupa, também falem de todas as cestas básicas que fizemos e doamos à nossa cidade de Guaratinga.”
A situação continua a repercutir na cidade, gerando debate tanto na comunidade escolar quanto entre os moradores de Guaratinga.