Cerca de 120 professores realizaram uma manifestação que fechou o Km 745 da BR-101 na manhã desta quinta-feira (23) em Itabela. De acordo com a APLB Sindicato, o protesto que durou 1h30 teve o objetivo chamar a atenção das autoridades de Itabela e Guaratinga para realizarem o pagamento do reajuste do piso salarial dos professores da rede municipal das duas cidades.


Os manifestantes saíram da sede da APLB de Itabela, e caminharam pelas ruas de Itabela exibindo faixas e cartazes até a rodovia, que foi temporariamente interditada. Usando um carro de som, os líderes sindicais se revezaram falando sobre a situação em Itabela e Guaratinga.

Conforme combinado com a Polícia Rodoviária Federal, às 12h os manifestantes deixaram o local e foram em direção a Câmara de Itabela, onde o protesto foi encerrado após conversa com os vereadores.

Coordenador da APLB de Itabela, Ubiratã Herculano (Foto: Adson Rodrigues/FURO31)

REIVINDICAÇÕES DE ITABELA – O coordenador da APLB de Itabela, Ubiratã Herculano, disse que os profissionais da educação pedem que a Prefeitura de Itabela consolide o piso de 14,95%, anunciado pelo ministro da Educação em janeiro deste ano. “O piso nacional não tem sido respeitado, queremos o reajuste com retroativo aos meses de janeiro, fevereiro e março. A informação é que o salário do mês de março já está com a folha de pagamento pronta e não terá o piso deste ano”, criticou.

CONVIDADO INESPERADO – O prefeito de Itabela, Luciano Francisqueto (Republicanos), esteve na manifestação. Ele reconheceu a luta pelos direitos da categoria e esclareceu que o Governo Federal concedeu o aumento anual, mas não repassa a verba.

Prefeito de Itabela, Luciano Francisqueto (Foto: Adson Rodrigues/FURO31)

“Quero fazer uma cobrança nacional para o Governo Federal sobre o repasse do piso salarial não só para o município de Itabela, mas para todas as Prefeituras do Brasil. Quando o Ministério da Educação determina 14%, 20%, 30%, pode ser obrigação do Município pagar, desde que o Governo Federal dê a segurança para as prefeituras realizarem o pagamento, repassando a complementação, quando o valor recebido do FUNDEB, sequer cobre a folha dos professores”. Explicou Luciano aos professores de Itabela.

Francisqueto garantiu que junto com as equipes das secretarias de Educação, Finanças, Contabilidade e a Procuradoria-Geral do Município, será feito um estudo técnico para ver a legalidade e principalmente a possibilidade orçamentária e financeira para o reajuste do piso nacional.

“Estou pedindo paciência e sabedoria de vocês, estou fazendo estudos, vamos conversar, vamos dialogar, nunca fugi de vocês e nem da legalidade de pagar. Paciência que vamos tentar resolver da melhor forma possível”, explanou.

Coordenador da APLB de Guaratinga, Orlandy Pereira (Foto: Adson Rodrigues/FURO31)

CONVERSA EM GUARATINGA – Segundo o coordenador da APLB de Guaratinga, Orlandy Pereira, após quatro paralisações nos últimos 20 dias, finalmente, a Prefeitura de Guaratinga se abriu ao diálogo.

“Sentamos com a gestão ontem [dia 22]. Não conseguimos os reajustes de 45.18%, mas pedimos que a gestão conceda no mínimo o reajuste de 2023 que é de 14,95%. E em contrapartida, estamos à disposição para discutir o plano de carreira do município, que eles alegam que dificulta os pagamentos dos reajustes”, explicou.

Orlandy afirmou ainda que a Prefeitura de Guaratinga ofereceu um reajuste salarial de 10% aos professores da rede municipal e compensar a retirada da insalubridade com um adicional de 20% às merendeiras. Além de realizar eleições para diretor e diretora das escolas municipais.

Todas as ofertas da gestão foram debatidas em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira, antes de saírem para a manifestação. Onde a categoria optou por fazer uma contra proposta aceitando as concessões, porém mantendo o pedido de 14,95%.