Perícia não acha DNA do menor de 9 anos na arma que matou a cigana Hyara Flor (Foto: FURO31)

Um recente laudo pericial conduzido pela Polícia Civil trouxe uma surpreendente reviravolta no caso do assassinato da cigana Hyara Flor, de apenas 14 anos, ocorrido em Guaratinga no mês de julho deste ano. A polícia, inicialmente, apontou J. D., um menino de apenas 9 anos e cunhado da vítima, como o autor dos disparos que tiraram a vida de Hyara. Contudo, o novo laudo revelou a ausência de material genético da criança na arma do crime, contrariando a versão inicial das autoridades.


A análise comparou o DNA encontrado na arma com o material genético de quatro pessoas: sogro de Hyara, Wberlon Silva (Amorim); a sogra da cigana Fernanda Cardoso (Janaíra); e os cunhados dela, os gêmeos J.D. e J. M. Após a análise da Polícia Civil, o material encontrado na arma não foi apontado como compatível com nenhum dos quatro analisados.

Segundo informações do novo laudo pericial, o material encontrado na arma pode pertencer a um parente de Jesus Davi com a mesma linhagem paterna. A família, por sua vez, suspeita do envolvimento do marido da vítima, identificado como Amadeus Alves, apesar de este ter sido descartado como suspeito pela polícia devido à presença de álibis. O DNA dele já foi coletado no dia 19 de setembro e será comparado ao material genético presente na arma.

Procurada pela reportagem do FURO31, a advogada Janaína Panhossi, representante da família de Hyara, preferiu não fazer comentários no momento, afirmando que “aguarda as diligências e auxilia a família para a justa apuração dos fatos”. Ela contou que a polícia solicitou e os pais da cigana já forneceram o material genético no dia 12 de setembro para as investigações.

O coordenador da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpim) de Eunápolis, delegado Paulo Henrique, informou ao FURO31 que aguarda os resultados da coleta de DNA de Amadeus Silva, marido da vítima, e dos pais de Hyara para pronunciar-se oficialmente.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitou as novas perícias técnicas após o relatório apresentado pelo perito particular Eduardo Llanos, contratado pelos familiares, apontar inconsistências na investigação anterior da polícia, como a falta de análise de DNA na arma e provas questionáveis. Segundo ele, o primeiro laudo indicou que o tiro foi disparado de baixo para cima, sugerindo que o autor seria menor que a vítima. No entanto, a análise da chamada “zona de tatuagem”, que são resíduos de pólvora na pele, contraria essa versão. As marcas em Hyara estão localizadas no queixo, indicando que o autor do disparo seria mais alto que Jesus Davi.

O desfecho do caso aguarda a conclusão de todos os laudos e providências a serem tomadas pelo Ministério Público. O FURO31, que confirmou o caso inicialmente revelado pelo site Aratu On na terça-feira (12), não conseguiu contato com a defesa do esposo de Hyara, mas mantém o espaço aberto para pronunciamentos.